dezembro 27, 2010

Dezembro 2010 - nº. 58

As Ondas do Mar

A Imaculada Conceição

Uma vez mais, a 8 de Dezembro, celebramos a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal. A Imaculada Conceição, Senhora do Advento, faz caminho connosco.
O termo Imaculada Conceição significa que a Bem-Aventurada Virgem Maria foi preservada e isenta de toda a mancha do pecado original, desde o primeiro instante da sua concepção. Foi preservada por uma graça singular e um privilégio de Deus, em virtude dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do género humano. De Maria, humilde serva do Senhor, nasceu Jesus: “o Verbo fez-se carne e habitou entre nós” (Jo. 1,14). O privilégio de Maria aconteceu, porque ela foi chamada a ser a mãe do Redentor. Chamada, porque se deixou chamar. Escolhida, porque livremente se deixou escolher. Nos planos de Deus tudo acontece para bem se O amamos nas nossas histórias de cada dia.
Curiosamente, o dogma da Imaculada Conceição, antes de ser proclamado oficialmente pela Igreja, já era vivido pelo povo santo de Deus que sempre reconheceu em Maria o que Deus tinha operado nela. Maria, a Mãe de Jesus e nossa mãe, entrou na história de Deus connosco e entrou também na nossa história como nação, como povo. Sem Maria, a história de Portugal não teria sido a mesma.
De facto, nas cortes celebradas em Lisboa no ano de 1646, o rei D. João IV tomou a Virgem Nossa Senhora da Conceição por padroeira do Reino de Portugal. Ordenou o mesmo soberano que os estudantes na Universidade de Coimbra (nesse período, uma das poucas universidades de referência na Europa) antes de tomarem algum grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Apesar de não ter sido D. João IV o primeiro monarca português a colocar o reino sob a protecção da Virgem, foi sem dúvida aquele que tornou permanente uma devoção, e que os nossos reis acolheram. Assim, foi pela provisão de 25 de Março do referido ano de 1646 que se mandou tomar por padroeira do reino Nossa Senhora da Conceição. Porém, o dogma da Imaculada Conceição foi definido mais tarde, pelo papa Pio IX, a 8 de Dezembro de 1854, pela bula Ineffabilis. A instituição da ordem militar de Nossa Senhora da Conceição por D. João VI sintetiza o culto que em Portugal sempre teve essa crença antes de ser dogma.
Estamos em pleno tempo de Advento, Maria tem nele um lugar privilegiado. Não só nos dá Jesus, como colabora activamente na obra da redenção da humanidade. Sendo Mãe de Cristo cabeça, ela é Mãe do Cristo total, de que nós somos parte: a Igreja que Deus quer santa e imaculada.
A liturgia que celebramos na festa da Imaculada torna presente a mesma força de graça do Espírito Santo que preservou Maria do pecado original e a levou a ser fiel à vontade de Deus até ao fim, até à cruz, até ao Cenáculo e ao início da primeira comunidade cristã. Somos chamados à santidade. Não podemos imitar Maria na pureza da sua Conceição. Mas podemos segui-la na fidelidade a Cristo, na sua condição de discípula, na sua peregrinação de fé. Precisamos de vocações decididas para o serviço simples e pobre do reino dos deserdados, dos pecadores, dos que não têm poder nem dinheiro, nem qualquer tipo de influência. Ao lado desses é que deve estar a igreja, deve estar cada um de nós, sem fugir a anunciar as bem-aventuranças aos ricos e poderosos deste mundo como fez Cristo, quando visitou Zaqueu, Mateus ou o fariseu rico. De facto, há tanta gente tão pobre que só tem coisas; e tanta gente tão rica que só de afecto e de um olhar sensível e acolhedor.
A Igreja não busca poder. E quando tem poder, é poderosa se o coloca ao serviço da sua missão. Por isso, a Igreja busca imitar o seu Redentor que, no Natal do Verbo de Deus, celebra a festa d'Aquele que sendo rico se fez pobre por nossa causa. O serviço da evangelização e o serviço ao mundo moderno há-de ser marcado por esta insígnia: quando sou fraco é que sou forte, quando me ponho ao lado dos mais pobres é que sirvo e amo a Cristo Senhor. Maria, a Senhora Imaculada Conceição, é o exemplo acabado da Serva que se põe ao serviço do seu Senhor: “faça-se em mim, segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). Padre Francisco Rodrigues, s.j




A pobreza de Maria é vazio total de si mesma, para se encher de graça, para ser plenitude de Deus, para ser a Mãe de Deus e de todos os homens.





CORO DA CATEQUESE
DA IGREJA DE S. TIAGO

Motivado pelo Padre Francisco Rodrigues, o Coro da Catequese teve o privilégio de gravar um CD.
Graças à boa vontade e à disponibilidade de muitos outros, pôde dar-se rapidamente início a esta “viagem”. Foram alguns meses de bastante trabalho e dedicação por parte de todos os elementos do Coro, mas valeu a pena. Pois nesta gravação podem ouvir-se temas com alguma variedade de géneros.
Para este projecto foram essenciais as coordenadoras do coro, crianças e respectivas famílias. Assim a equipa conseguiu realizar um bom trabalho que deu muito prazer e gratificação a todos os envolvidos.
O lançamento que ocorreu no dia 26 de Novembro, na Igreja de S. Tiago, foi um momento apoteótico, viveu-se em família e com júbilo, num só instante, o trabalho de muitos momentos. Conseguiu-se com este projecto a realização de um sonho nunca ousado pensar.
O CD encontra-se disponível na Secretaria da nossa Comunidade Paroquial.

Ângela Calheiros

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