novembro 21, 2009

Novembro 2009 - nº. 54




O Caminho faz-se a Caminhar...

No passado dia 11 de Novembro teve lugar em S. Tiago a habitual “reunião de pais” dos cerca de 300 catequizandos a frequentarem a catequese na nossa comunidade. No decorrer da reunião, foi dado a cada educador o plano de actividades pastorais 2009/10. As reuniões que precederam a planificação das actividades foram inúmeras, e na fase conclusiva, tinha-se a sensação de que se estava perante o fim de um princípio já em movimento. Fim, uma vez que estávamos perante um plano organizado e estruturado nas linhas condutoras que nos levará até ao final de Julho do próximo ano. Princípio já em movimento, porque desde o início de Setembro que se têm multiplicado as reuniões e trabalhos, e actividades em vista a sonhar o caminho, mas já a caminhar.
No início deste ano pastoral, houve várias “caras novas” que chegaram e se inseriram na nossa comunidade, leigos e um novo membro da comunidade jesuíta: Padre Hermínio Vitorino. Tenho sentido que a inserção de todos os “caloiros” tem sido fácil graças ao espírito acolhedor de todos, em relação a todos, particularmente os novos. Isto significa ser comunidade católica, aberta, universal. Não uma universalidade abstracta, mas uma universalidade expressa no concreto de cada pessoa, de cada rosto, de cada história humana. Com as novidades dos que chegam e dos que já estão, surgiram também novas formas de viver e repensar as actividades já existentes: novos catequistas, entusiasmados e a aprenderem enquanto ensinam; novos catequizandos em processo de descoberta; novos membros em cada um dos três coros; o nascimento de um grupo de jovens verdadeiramente alternativo; empenhos e entusiasmos renovados no curso bíblico; formação permanente dirigida a todos os ministérios: acólitos, leitores, ministros da comunhão; conferências que se avizinham sobre o Ano Sacerdotal e tantas outras actividades já em curso, ou em perspectiva. Porém, na linguagem de Inácio de Loyola, fundador dos Jesuítas, o que satisfaz a alma não é fazer muitas coisas, mas saborear internamente as que se realizam. Por esta razão, o mais importante é que saibamos descobrir sabor no que fazemos. Consigamos o justo equilíbrio entre fazer o Magis (mais) e viver no Magis.
Como comunidade de fé, a nossa vida deve centrar-se na celebração da eucaristia: foi na eucaristia que os amigos de Jesus reconheceram e se conheceram como irmãos. Para celebrar a fé, em eucaristia, temos que conhecer e dar as razões da mesma fé. Para que assim seja, é necessário que nos consciencializemos, assumamos e transmitamos a necessidade de nos formarmos ou reformarmos. Temos sido bombardeados com temas sociais e culturais fracturantes que requerem de nós resposta, tomada de posição, opinião esclarecida. Sermos religiosamente infantis ou mesmo ignorantes em matéria de fé, não me parece viável nem razoável.
O nosso plano paroquial de actividades apostólicas 2009-10 insere-se nesta dinâmica: conhecermos as razões da fé que todos os dias celebramos em família, em comunidade, em Igreja. Se não conseguirmos ‘tudo’ este ano, não temamos porque o caminho faz-se a caminhar, mas só caminha quem se põe a caminho.

Padre Francisco Rodrigues,s.j.


Padre Hermínio, Pároco in solidum - Tomada de Posse

No 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, o Padre Hermínio Vitorino s.j. assumiu a missão de pároco in solidum da comunidade paroquial de S. Pedro. O Padre Hermínio foi apresentado à comunidade pelo Sr. Bispo D. Manuel Felício, como pároco in solidum, no passado dia 31 de Julho, dia de Santo Inácio de Loyola, e foi por este nomeado, no dia 25 de Agosto de 2009. No domingo, dia 1, assumiu canonicamente as funções que lhe são confiadas.
Desde 2006 que a comunidade paroquial de S. Pedro tinha como pároco, o Padre Francisco Rodrigues. A partir de agora, o Padre Hermínio partilha com o Padre Francisco a responsabilidade conjunta de organizar e assumir as actividades apostólicas da comunidade paroquial de S. Pedro.
Mas qual é o significado, alcance e implicações do termo pároco in solidum no dia-a-dia da comunidade paroquial?
O Padre José Augusto Alves de Sousa, que presidiu à eucaristia de tomada de posse, referiu-se à mesma terminologia explicando o seu significado na vivência e organização da vida cristã vivida em comunidade.
O padre Sousa definiu na homilia de tomada de posse a expressão “in solidum” nos seguintes termos: “in solidum significa trabalhar solidariamente em comum na organização das actividades e na partilha de responsabilidades pastorais. Isto significa viver em comunhão no e para o serviço. A autoridade na Igreja é para o serviço, desde aqueles que são responsáveis pelas comunidades até ao comum dos serviços, como seja, varrer a Igreja. Só na perspectiva do serviço se pode compreender a natureza do exercício de ser pároco in solidum.”
O Padre Sousa terminou a sua reflexão lendo o cânone nº 517 que explicita a natureza canónica na qual se fundamenta o exercício ministerial da figura jurídica de pároco in solidum: “Onde as circunstâncias o exijam, pode o serviço pastoral duma paróquia ou simultaneamente de várias paróquias ser confiado solidariamente a vários sacerdotes, desde que um seja moderador do serviço pastoral, que oriente a acção conjunta e desta seja responsável perante o Bispo”. Na nossa paróquia de S. Pedro, o moderador é o Padre Francisco Rodrigues, s.j.
(Secretariado M.G.— Notas tiradas da Homilia do P. José Augusto Sousa)

TESTEMUNHO

Olá a todos!
Chamo-me Daniel Reis e gostaria de vos falar do meu percurso até chegar à nossa paróquia. E já me atrevo a dizer nossa, pois, apesar de me ter integrado há tão pouco tempo, já me sinto em casa.
Tive uma infância como tantas outras crianças. Estudei até ao 12º ano em Vila Nova de Poiares, perto de Coimbra. E em paralelo frequentei a catequese nessa paróquia, chegando ao fim culminando com o Crisma, a Confirmação. Sempre tive uma educação católica em casa mas admito que ainda não tinha maturidade para compreender Deus.
E como muitos dos estudantes que completam o 12º ano, entrei na Universidade. Vim para estas bandas, para a UBI, onde ingressei no curso de Medicina, do qual frequento o último ano. E com o afastar da paróquia onde me encontrava aliado à minha dificuldade em aceitar Deus, fui-me afastando da Igreja e tentava pensar o mínimo possível no assunto.
Mas, como já ouvi várias vezes, (a maior parte delas desde há 2 meses) o tempo de Deus não é o nosso tempo. Com isto quero dizer que desde há largos meses comecei a sentir que faltava algo na minha vida. Algo que me ajudasse a viver em paz comigo e com o mundo. Algo que me orientasse no caminho certo. E foi então que com, muita surpresa minha, a oportunidade de encontrar esse algo me apareceu, como que do nada, de mansinho. Uma amiga minha falou-me num encontro promovido por padres jesuítas, o After Paul, e o que é que eu achava de me inscrever e ir? E eu “sem querer” disse logo que sim. Ainda hoje me pergunto se fui eu que tomei essa decisão… Nesse fim-de-semana rezei e pensei muito. Estava a dar o primeiro passo para reencontrar ‘Aquele’ que procurava para a minha vida e orientação, Deus!
Fui então “encaminhado” pelo Padre Nuno Tovar de Lemos para esta paróquia, que ele conhece tão bem, e me disse que eu seria muito bem recebido e acarinhado. Não se enganou de todo. Neste momento tento ser um membro o mais activo possível desta comunidade, dando o meu pequeno contributo para, com todos, fazer, desta, uma comunidade melhor.

Daniel Reis

A CAMINHO DA CATEQUESE

Depois de iniciar a chamada vida pública, Jesus anuncia o Reino por acções e palavras. Todos ficam admirados com Ele. Como é que um carpinteiro passa, de repente, a ser profeta com tanta autoridade, que entusiasma multidões? Não admira que tivessem surgido várias teorias sobre a questão:
“Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?" Cf. Mt 8, 27; Mc. 4,41

No passado dia 10 de Outubro, S. Tiago abraçou, animada e carinhosamente, as crianças e jovens que se preparavam para iniciar um novo ano catequético. Estava uma agradável tarde de Outono e foi muito bonito viver toda a alegria que enchia o adro da Igreja. Os párocos e catequistas fizeram o acolhimento a pais e meninos que regressavam e, também, aos que vinham pela primeira vez. A pouco e pouco, as salas, que tinham estado adormecidas durante os meses de férias, começaram a encher-se de vozes coloridas e gargalhadas sadias.
A Eucaristia, animada por todos, catequizandos e catequistas, num ambiente de felicidade e vivência comum em Cristo, teve o seu ponto mais alto no compromisso que pais e catequistas firmaram em relação à educação, na fé, dos seus meninos e meninas.
“Sois o Sal da Terra e a Luz do Mundo” foi a frase que acompanhou uma caixinha oferecida aos catequistas, dentro da qual se encontravam 10 fósforos e algumas pedras de sal...Os pais e encarregados de educação também foram convidados a subir ao altar e receberam da mão do P. Francisco algumas pedras de sal.
Um dos objectivos da catequese é procurar, de uma forma simples e amorosa, ajudar cada um dos nossos jovens a encontrar um caminho de Verdade, de mãos dadas com a Justiça, na esperança de alcançar a Paz.
Bem sabemos que são inúmeras as questões e dúvidas que os jovens actualmente têm, em relação aos assuntos do divino. No entanto, não deixa de ser, também, verdade, e uma prova são os cerca de trezentos catequizandos da nossa paróquia, que muitos estão ávidos por saber mais e melhor a história maravilhosa desse Jesus aos olhos de quem, todos nós somos seres únicos e especiais. Pois é mesmo verdade!!! Jesus ama-nos de tal forma que nos aceita exactamente como somos, com as nossas fragilidades e defeitos.
E nós?! Será que temos consciência desse grande Amor incondicional? Vamos aproveitar os bocadinhos do nosso dia, em que nada de especial temos para fazer, para meditar neste Amor que Jesus nos oferece gratuitamente e tentar perceber como respondemos a essa oferta...
Aqui ficam alguns desafios para continuar a caminhar no caminho da luz…

Onde encontro esse Jesus que me interpela nas coisas mais simples da vida?
Que me quer Ele dizer quando o meu irmão me pede algo apenas com o olhar?
Que caminho é este que sou impelida a percorrer?
Quem és Tu, Jesus, na minha vida?

Sandra Soares


CHAMADOS A REZAR, VER, JULGAR E AGIR
NA COMUNIDADE ECLESIAL E A
SENTIRMO-NOS ENVIADOS
A SER FERMENTO NA COMUNIDADE HUMANA

No dia 18 de Outubro de 2009, convidados pelo seu responsável, P.e Francisco Rodrigues, coadjuvado pelo P.e Hermínio Vitorino, reuniram na Casa das Mimosas, na Senhora do Desterro, concelho de Seia, cerca de vinte cristãos, oriundos dos vários serviços/ministérios paroquiais de S. Pedro, para uma reflexão/oração sobre a nossa comunidade.
Estava-se e ainda se está praticamente no início do novo ano pastoral.
Feita uma invocação inicial ao Espírito Santo, o Sr. P. Francisco fez uma reflexão geral aos presentes e, de seguida, estes, organizados em pequenos grupos, receberam quatro pontos para analisar/reflectir e posteriormente o porta-voz de cada um apresentar as conclusões no plenário realizado no final da tarde.
Importa que cada membro da comunidade de S. Pedro tenha conhecimento dos temas reflectidos, para que nela melhor se insira e se deixe envolver nesta pequena igreja, comungando nas suas aspirações e preocupações e ponha ao serviço da sua construção os dons individualmente recebidos do Espírito Santo que os distribui a quem quer e como quer.
Cada comunidade cristã, porção do Corpo de Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei, é também sacerdotal, profética e real e age e organiza-se também nesta tríplice dimensão, conforme os dons recebidos.
Os pontos dados para reflexão no dia 18 de Outubro podem ser assim sintetizados: partilha da oração feita por cada um segundo as indicações dadas; os meus sonhos para a comunidade paroquial de S. Pedro onde estou inserido; não se vive só do pão, sendo certo que são necessários recursos, para que a comunidade possa realizar o trabalho que a mesma desenvolve; perspectivar algumas propostas (realistas) de melhorar as actividades ou perspectivar outras.
Dois dos pontos referidos especialmente pelo nosso Pároco e que especialmente me tocaram foram a nossa comunidade tem um défice de oração e a necessidade de acolhimento a quem frequenta a Paróquia de S. Pedro.
No seguimento deste último ponto, alguém referiu que os seus membros se deviam acolher melhor reciprocamente.
Para além da reflexão mais abstracta, importa focar alguns pontos muito concretos que, pela sua importância, se deixam exarados, para que cada membro não deixe de se sentir permanentemente chamado a construir a nossa comunidade paroquial, segundo os dons de Deus recebidos, pondo-os ao serviço de todos:
Como tenho cuidado da minha formação cristã; trabalho com os jovens; acolhimento, disponibilidade para fazer o que for necessário; viver a fé no dia-a-dia; valorizar os grupos existentes e neles participar; novos grupos que respondam a novas necessidades; renovação dos grupos já existentes (coros, acólitos, leitores, ministros extraordinários da comunhão, serviço juntos dos necessitados, dos doentes, etc.).
Embora a reflexão de 18 Outubro de 2009, dia das Missões, tenha sido reduzida a alguns cristãos da comunidade de S. Pedro, o seu espírito foi e é alargá-la a todos, de modo que cada qual se sinta chamado a nela trabalhar e pôr a render os dons recebidos. Em suma, sentir-se igreja, ocupando activamente o seu lugar na sua edificação e por ela se sentir enviado a construir a comunidade humana, sendo nela fermento, iluminando todas as realidades temporais, designadamente família, profissão, economia, política e cultura. Nada do que é humano lhe pode ser alheio. Nela devemos por a impressão digital do nosso ser cristão recebido no Baptismo e, a partir deste, desenvolvido.
António dos Santos Dias

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