novembro 01, 2008

Novembro 2008 - Nº 50


Da Missa para a Missão

Por vezes criamos uma distância desadequada entre a vivência da nossa fé, alicerçada na missa dominical, e a prática religiosa inserida no nosso quotidiano. Habituamo-nos a fazê-lo, não em teoria, mas na prática; isto é, não necessariamente por vontade deliberada, mas por circunstâncias várias. Constatamos que, não raramente, assim vivemos, arranjamos justificações para tudo e para o contrário de tudo, mas no íntimo de nós mesmos, não conseguimos calar o ‘sensor’ que assinala qualquer segredo no ‘pensamento do coração’: nem todas as boas justificações se baseiam em boas razões. Divorciar a vida de fé, da vida da praça pública, dos debates de ideias, do lazer, do trabalho, da família: não é bom, não ‘nos’ faz bem, não se recomenda, porque nos divide, fragmenta, e enche de um vazio gerador de fachadas plásticas!



No livro de Génesis, (relato da criação) está muito presente a ideia de que toda a criação é No No livro de Génesis, (relato da criação) está muito presente a ideia de que toda a criação é boa em si mesma: ‘Deus viu que tudo era bom’ (Gênesis 1,31)! Se tudo é bom, de onde vem o mal que tantas vezes experimentamos, testemunhamos e sabemos existir? Será que as coisas que Deus criou e continua a criar com tanta ternura, deixaram de ser boas? Em que medida? Porquê?

Nos tempos ‘mais recentes’ Jesus colocou-se nas ‘fileiras da migração’ e levou de tal modo a sério a sua presença entre nós, que muitos dos seus conterrâneos nem se aperceberam d’ Ele. É impressionante a relação que Jesus cultivou e manteve com o Pai, com os seus conterrâneos e com as coisas. Não consta que Jesus tenha chamado ‘mau’ àquilo que o Pai fazia, e faz com tanto afecto, mesmo através do nosso trabalho. Jesus teve uma relação muito bonita e saudável com as coisas, o meio envolvente, os outros e o Abbá, Paizinho. A que se deveu este equilíbrio? Qual teria sido o segredo?

Gostaria de sublinhar um único ponto do segredo de Jesus e deixar o desafio a tirarmos partido para o ano pastoral que agora se inicia: Jesus dedicava momentos de total encontro com o Pai, e eram tão fortes esses encontros que permaneciam ao longo do ‘dia, da semana, do mês, do ano’, não só com Ele, mas também com os outros e com a natureza. A intimidade que Jesus estabelecia com o Pai, não foi a prazo, nem a horas, nem vivida em compartimentos estanques, mas em verdade, unidade e coerência de vida. Jesus não ‘brincou em serviço’, e nós, tantas são as vezes que tudo facilitamos! Como resultado, verificamos que as coisas não funcionam e achamos que a culpa é de Deus!

O termo Evangelho significa ‘Boa Nova/Boa Notícia’. O Novo Testamento apresenta-nos quatro evangelhos, quatro perspectivas, quatro experiências de relação com Jesus. Quatro perspectivas que não prescindem das diferenças de cada um dos evangelhos, mas, antes, é no confronto de cada um que eles se complementam e descobrem a sua unidade.

Tenho por mim que há ainda uma quinta perspectiva que falta no puzzle: a minha, ou a tua, ou a de alguém, a quem eu ainda não fui ao encontro!
Como será que a vamos conseguir, esta quinta perspectiva ao longo deste ano? Três passos como proposta: 1º conhecer, a fundo, a pessoa de Jesus; 2º privilegiar o encontro com Ele, na oração e em eucaristia
comunitária-dominical; 3º não fazer cortes entre o Encontro com Ele e os meus encontros do dia-a-dia. Se eu, cada um de nós, cada membro da nossa comunidade, levar o Evangelho mais a sério, seremos uma comunidade muito mais saudável, mais animada (anima) e mais incorporada (relação). No dia em que cada um de nós souber dizer como S. Paulo “sei em quem pus a minha confiança’ (2Tm 1, 12), nesse mesmo instante, pela graça e pela nossa livre vontade, empenhar-nos-emos em fazer o melhor que sabemos e podemos, e então, teremos uma confiança de tal modo activa, que experimentaremos a paz de quem se sabe bem entregue.
Desejo que o ano que agora se inicia seja um ano de maior unidade comunitária. Sem ‘capelinhas que segregam’ e sem muros que separam. Que o nosso sentido de pertença a Deus nos faça sentir com a Igreja e em Igreja. Que a vivência da fé tenha expressão na sociedade e na comunidade; no mundo e na família; no trabalho e na partilha; nos tempos livros e no compromisso.
Padre Francisco Rodrigues,s.j.






Alguns extractos do texto lido pelos Catequizandos da Céu na eucaristia do Inicio do Ano



«Todos nós sabemos que sem catequese, Jesus seria esquecido, a Igreja seria triste, a humanidade sentir-se-ia sem ar. Sim, sem ar, porque Jesus é o ar que nos faz viver e sobreviver num reino de paz, amor e alegria.
Mas, para haver catequese, temos que ter catequistas...
E nós tivemos uma tão especial! A nossa querida Céu!
Graças a ela sabemos que as pessoas que nos ajudam, o fazem, com fé, com amor, em espírito de serviço, e em nome de Jesus. Sim, com ela aprendemos o valor da humildade, da justiça e da amizade. Aprendemos que o que é mais valioso não é o que temos nas nossas vidas, mas quem temos nas nossas vidas. Aprendemos o dom da partilha, da unidade e da sabedoria...
Querem saber o que a Céu ainda nos ensinou?
Ensinou-nos a ter consciência de quanto Jesus nos ama. Sim, ela dizia-nos sempre: "Jesus ama-nos acima de tudo, por isso, nós precisamos corresponder a este amor".»
… « Jesus levou-a para junto d' Ele… Mas sabemos que ela está num lugar lindo e cheio de paz e isso enche o nosso coração de alegria.
Nós não a perdemos, porque com ela também aprendemos que a morte não é perder, é ganhar. Perder a vida é quando Jesus morre dentro de nós.
E por isso, nós não vamos deixar morrer a semente que um dia alguém plantou nos nossos corações.
Para ti, Céu, aqui fica o nosso amor e o agradecimento pelo bem que fizeste nesta, ainda curta, mas tão bonita caminhada!»
Grupo de catequese 7º. ano


Inicio do Ano Catequ
ético 2008-09

No passado dia 1 de Outubro, pelas 21:00, reuniram-se os responsáveis da catequese: Padre Francisco Rodrigues, s.j., Alice Matos, (coordenadora da catequese) a equipa que preparou as actividades catequéticas do ano pastoral que agora inicia, juntamente com todos os catequistas. Assim, cerca de 40 catequistas estiveram presentes para perspectivar, e em espírito de equipa, viver em unidade e comunhão a caminhada que nos espera até Junho.
Houve momentos para reflectir, orar, apresentar e acolher os novos catequistas. Houve momentos para escutar, exortar, expressar o sentir de cada um. Houve momentos para tudo e ainda para tomar consciência de que são necessários estes momentos para nos sentirmos mais parte de um corpo.
A reunião foi precedida por um longo trabalho. Assim, no sentido de informatizar e ter uma base completa de dados, procedeu-se à inscrição obrigatória para todos os catequizandos a qual iniciou a 8 de Setembro e se prolongou até 8 de Outubro. Ao longo de 4 semanas, na secretaria procurou-se dar resposta com diligência e capacidade de trabalho, aos muitos encarregados de educação que afluíram para inscrever os seus educandos. Como consequência, viveram-se momentos de partilha e proximidade entre os responsáveis da catequese e os encarregados de educação. No total foram inscritos 294 catequizandos, dos quais 40 se registaram no primeiro volume; entre tantos outros que pediram a transferência para S. Tiago.
Foi eufórica, alegre e gratificante a recepção dos catequizandos no dia 8 de Outubro: muitas crianças, adolescentes e jovens; uns trazidos pelos pais ou avós; outros sozinhos, como 'gente grande', mas todos entusiasmados por recomeçar uma nova etapa nas suas vidas.
A catequese teve início pelas 17:30! O largo de S. Tiago estava cheio; crianças e adultos tentando localizar o seu nome nas listas que se encontravam nos paneis de entrada. Seguiu-se a Celebração da Eucaristia presidida pelo P. Henrique Rios. O mote da eucaristia foi de acolhimento para TODOS, mas também de compromisso e Envio.
Houve ainda um momento de oração/Acção de Graças pela catequista Céu Gonçalves que em Agosto último partiu para o Pai. A Céu deu catequese na nossa comunidade por mais de 20 anos; deixou-nos muitas saudades e um bonito exemplo de vida.
Temos muitas razões para dar graças ao Senhor, que nos permite tudo recomeçar com novos sonhos… novas esperanças mas também novos desafios! Os catequizandos que frequentam a catequese na nossa comunidade são muitos, e por vezes a comunidade quer fazer bem o que está a fazer, mas sente o limite da falta de condições, estruturas e meios. O Padre Francisco Rodrigues recorda-nos muitas vezes: "faltam-nos muitos meios, porque somos muitos, mas exactamente porque somos muitos, se quisermos, se nos juntarmos, e se nos comprometermos, nada de essencial nos há-de faltar, com o nosso esforço, e a graça de Deus". Provavelmente é tempo de não vermos como uma limitação o facto de sermos muitos, mas antes, como uma possibilidade de podermos crescer, envolver e trabalhar com mais dedicação e generosidade na vinha do Senhor.
Para as Irmãs Doroteias, Farmácia Soares e Foto Paris, em nome dos pais das crianças que acolhemos, muito obrigado por disponibilizarem as salas e meios necessários para os grupos respectivos se reunirem.
"São muitos/ somos muitos os que queremos conhecer melhor Jesus, PARA MAIS O AMAR E SEGUIR". (Cf. St.Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus)
A Equipa coordenadora

Dois Jovens Jesuitas Assassinados em Moscovo

Dois sacerdotes jesuítas, nossos irmãos, foram encontrados, esta quarta-feira, mortos “com evidentes sinais de violência”. O Pe. Víctor Betancourt, do Equador, que se encontrava a trabalhar no Instituto de Filosofia, Teologia e História “Santo Tomás, em Moscovo foi assassinado no passado Sábado, dia 25, durante a noite. Ao entrar na comunidade na Segunda-feira, dia 27, de tarde, regressando de uma viagem ao estrangeiro, o Pe. Otto Messmer, Superior da região russa, foi também assassinado no mesmo local.
O evangelho continua a dar que falar e viver. O mundo precisa de quem viva o evangelho com coragem, verdade, justiça e por amor. Os PP Victor e Otto no céu farão ainda muito mais e melhor porque o seu testemunho há-de inspirar todos os que buscam a Deus desejosos de verdade e autenticidade. O seu sangue há-de ser semente de esperança num grande país como a Rússia, tão carente de missionários para transmitirem a mensagem de Jesus. Que Jesus, que os chamou e amou, os receba no seu Reino “Vinde benditos de meu Pai…” ( Mat. 25, 34). Rezemos também pelos autores deste crime para que se abram à misericórdia de Deus.


Peregrinação anula da LEGIÃO DE MARIA a Fátima




No fim-de-semana 25 e 26 de Outubro, a Legião de Maria fez a peregrinação anual, como é habitual desde há muitos anos. A peregrinação foi vivida com muita fé, muita devoção, muita paz e muita alegria. No sábado, ao chegarmos a Fátima houve um encontro de legionários que teve lugar no Centro Pastoral Paulo VI, e onde se ouviram testemunhos de legionários de várias paróquias. Na mesma tarde, assistimos ainda a uma apresentação de slides sobre a vida da legionária Edel Quin. O encontro terminou com a celebração da eucaristia celebrada na Igreja da Santíssima Trindade pelas 18h.
Às 21:30 o grupo participou na oração do terço e procissão das velas. Nessa mesma noite, houve ainda uma vigília de oração na basílica.
No Domingo, dia 26, às 8:30 realizou-se a Via-Sacra no Santuário. Depois desta foi recitado o terço seguindo-se a procissão com a imagem de Nossa Senhora para o altar do Santuário onde foi celebrada missa. A eucaristia foi presidida pelo Sr. D. António Montes Moreira, Bispo de Bragança - Miranda, e nela concelebraram muitos sacerdotes entre os quais se encontrava o nosso Director Espiritual, Padre Francisco Rodrigues, (vindo de Coimbra dos votos dos Noviços, que a nós se juntou no Sábado à noite)
Conceição Serra (Pres. do presídio da Legião de Maria, Nª Sª de Fátima)




No passado dia 25 de Outubro os 'noviços' João de Brito, Miguel e Ricardo (juntamente com outros três noviços jesuítas companheiros do mesmo ano) fizeram os Votos Religiosos de Biénio na Companhia de Jesus. Alegramo-nos muito com este acontecimento por tantos motivos: porque eles são um dom para a Igreja através da Companhia de Jesus; porque os tivemos connosco durante quase um mês e meio, e, pela graça de Deus, cremos que eles serão bons sacerdotes de Cristo. Apesar de não merecermos, alegramo-nos em saber que Deus vai suscitando vocações na sua Igreja. Caros João, Ricardo e Missé: obrigado por não terdes 'calculado' a vossa doação a Deus, mas soubestes ser radicais na entrega e no serviço. Gostámos muito de vos ter connosco durante a vossa inserção apostólica. A vossa visita será sempre querida e apreciada por todos.
(A Equipa do Mar da Galileia)


O Mar da Galileia deseja a todosum bom ano pastoral.
Que as palavras poéticas da
D. Conceição Torrão a todos inspirem.

Rostos alegres
Forças redobradas
Alegria! Alegria!

Ó céu do meu país,
Onde as nuvens são luminosas
O sol a rir nos canteiros das rosas
Sol ardente sol feliz
Sol das romarias
Sol do mar e das searas
Das gentes sadias!

Sol:
Entra no coração
Daquele que não tem trabalho
Nem férias
Nem o pão de cada dia
E dissolve-lhe a nuvem da agonia…
Conceição Torrão